Cerimônia do Abraço

 

 

 

Esta cerimônia deve ser apresentada em sessão branca, somente com as luzes dos sete candelabros acesas, logo após a Cerimônia das Luzes, na data mais próxima possível do Dia dos Pais, podendo ser apresentada por qualquer DeMolay ativo, independente de cargo, devendo possuir uma voz agradável e de boa dicção e, é claro gostar de seu pai. É facultativo também a apresentação desta Cerimônia por um DeMolay que não possua o pai vivo, como última homenagem prestada, bastando para isso, que o DeMolay interessado, além dos requisitos acima, mude o tempo dos verbos utilizados na homenagem, respeitando a concordância e o sentido da Cerimônia.

 

M.Cons: Nossa fraternidade homenageia nossas mães como símbolo máximo do amor. Da mesma forma reverenciamos neste momento o símbolo máximo do exemplo que são nossos pais. Desta forma solicito ao Irmão _________ que faça de suas palavras, as palavras de nosso Capítulo, na homenagem batizada como Cerimônia do Abraço.

 

Entre as sete grandes luzes sagradas da Ordem DeMolay, existe uma que primazia nesta constelação. Uma virtude que se baseia na amizade, na confiança e no respeito, e mesmo assim, ainda é algo encarado como uma lenda, a lenda do amor sem a razão de existir, a lenda do Ágape. Esta lenda exemplifica o amor entre pais e filhos, um sentimento que transcende os limites da razão, e se transforma na mais invisível de nossa sociedade, a estrutura sobre a qual edificamos nossas vidas e comportamentos,

lapidando aquilo que seremos no futuro. Minha vida acalentada pelas mãos de minha mãe, e assegurada pelo suor e pela labuta de meu pai. É justo então, que com uma confissão, eu reconheça a importância deste alicerce em minha vida. É este guerreiro de mãos ásperas e de rostos muitas vezes severo, que dia após dia deposita em minha casa a segurança e a certeza de um futuro estável. É este guerreiro que me mostra incansavelmente a maneira para que eu mude meu futuro, fazendo meu próprio caminho através das estradas do bem. É este homem que é referência para minha vida, muitas vezes não consegue expressar seus sentimentos, eu sei que isso é difícil. Porém temos em nossos olhos a sinceridade de nossa alma, e quando ele me olha, não consegue esconder o brilho de esperança , não por eu ter um título, mas sim por eu

representar tudo aquilo que ele poderia ter sido. Meu pai quer o melhor para mim, a melhor escola, a melhor faculdade, a melhor vida, se isto dependesse unicamente dele, meu futuro estaria garantido desde o momento de meu nascimento, mas não é isto que acontece. A vida é dura, e a luta do dia-a-dia é cada vez mais difícil, porém meu pai , muitas vezes privado de sua juventude, cansado, chega em casa no silêncio da rotina,

trazendo mais um dia a mais em minha vida e menos um na sua. Pai , é difícil reconhecer tudo que você já fez por mim, desde o colo molhado, o carro no fim de semana, até meu futuro, assegurado em seus sonhos. Pai, muitas vezes te olho querendo dizer algo, porém minhas palavras travam em minha garganta, mostrando minha imperfeição em te dizer o quanto te devo em tempo, em esforços, em sorrisos, em abraços. Nas vezes em que discutimos, jogamos fora uma oportunidade de nos aproximarmos, de estreitarmos nossa amizade, de nos mostrarmos um pro outro, como verdadeiros amigos. A imperfeição destes pequenos atos pai, nos distância, nos transforma em estranhos enquanto somos sangue do mesmo sangue, causa e conseqüência do mesmo amor. Teus conselhos e teus gestos, minha rebeldia e minha ansiedade, são faces complementares da mesma moeda, início e fim se renovam a cada dia. Pai, entenda que da mesma forma que o novo chega para você, ele também chegará para mim um dia, fazendo o futuro se repetir no que é hoje o presente. (um breve momento de silêncio, onde o DeMolay apresentador da

homenagem, se colocará no Altar dos Juramentos, onde os cravos deverão estar colocados. Pegando um cravo vermelho, conforme a Cerimônia. Descrevendo os dois tipos de forma bastante carinhosa).

 

Nessa homenagem pai, colocamos o cravo como símbolo de todos os sentimentos que tentamos expressar neste momento, uma flor que traz em seu perfume forte e marcante, a lembrança dos primeiros anos em que passei sob sua proteção. Este cravo está envolto em um laço, que simboliza nossa ligação eterna, na união de nossos corações.

O cravo vermelho representa a lembrança viva da importância que você tem para mim, esta lembrança estará sempre, através da eternidade, atada ao meu coração.

 

(o apresentador coloca o cravo vermelho sobre a Bíblia, e logo em

seguida retira um cravo branco, prosseguindo com a Cerimônia).

 

Caso você seu pai, não esteja mais presente em sua vida, povoando hoje o Oriente Eterno dos seus sonhos, guardará para você, o cravo branco, em homenagem às lembranças evocadas hoje em teu nome, porém este mesmo cravo, está atado em seu passado, ao seu presente e ao seu futuro. Desta forma pai, receba este cravo de minhas mãos, como reconhecimento sublime que em seu silêncio reside muito mais do que minha vida, pois é neste silêncio que eu encontro a segurança de tuas mãos, a força de tuas palavras e o calor de teu amor. Num pequeno e simples gesto pai, pode se encontrar mais do que se encontra em muitas palavras, mas as palavras, mas as palavras ditas nestes últimos momentos, não foram ditas em vão, por isso, quero reafirmar minha crença no amor filial dizendo: "Pai, eu te amo!!!"

 

(o DeMolay abraça o pai logo que diz estas palavras, indo em seguida para seu local na pirâmide, conforme a entrada. Caso o DeMolay não ocupe cargo, ele retorna para seu local e se senta).

O DeMolay que estiver apresentando a homenagem deve caminhar em direção ao seu pai enquanto fala estas duas estrofes, de forma que o abraço ocorra no momento descrito na Cerimônia. Caso o DeMolay apresentador não possua o pai vivo, deve permanecer de pé, em frente a Bíblia Sagrada, finalizando esta cerimônia olhando para cima, como se estivesse conversando com Deus, logo após dizer "Pai, eu e amo !!!"

Ao mesmo tempo coloca a mão esquerda sobre o ombro direito e a mão direita sobre o ombro esquerdo, com os punhos fechados e segurando o cravo branco em sua mão direita.

M.Cons: Convido agora todos os oficiais para que formem a pirâmide. (feito)

Convido todos os pais que tenham filhos DeMolay's presentes, que fiquem de pé. (feito)

Peço agora aos Irmãos, inclusive os que estão sentados ao Oriente, cujos pais estejam presentes, que entreguem os cravos a seus respectivos pais, e depois retornem aos seus lugares. (feito)

Peço agora, que caso haja pais presentes que não foram agraciados com os cravos, que fiquem de pé.

(haverá ainda alguns DeMolay's na pirâmide, estes DeMolay's farão a entrega aos pais cujos filhos não se encontram presentes, caso não haja mais DeMolay's na pirâmide, o Mestre Conselheiro determina alguns oficiais para efetuarem a entrega).

Solicito aos Irmãos que se encontram na pirâmide, que efetuem a entrega dos cravos aos pais ainda não agraciados, e logo em seguida retornem aos seus lugares, pois dentro de nossa Ordem, somos uma grande Família.

Procede-se normalmente o encerramento como em qualquer Cerimônia Pública.